Lute Sem Fronteiras

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Tudo começou quando, em 2009, um jovem visitou algumas comunidades ribeirinhas da Ilha de Marajó, no Pará, durante uma excursão realizada por sua escola.

Luiz Carlos Guedes, chamado de Luti, morador da Gávea, Zona Sul do Rio, tinha apenas 16 anos na época. O adolescente se viu inconformado ao se deparar com a situação das pessoas que ali viviam. Eram pessoas sem condições básicas de vida, como saúde e educação, por exemplo. Mas nem por isso eram pessoas infelizes.

Luti sentiu-se impotente. O que um jovem da sua idade poderia fazer para ajudar aquelas pessoas? – era o que ele se perguntava. Mas ele podia. E fez.

O primeiro projeto (Sonho de Papel) surgiu em 2010. Esse projeto surgiu a partir da percepção de que era necessário criar uma função para os jovens ribeirinhos do Marajó. A ideia era fazer com que os moradores se sentissem responsáveis pelas mudanças ocorridas em sua comunidade. Luti produziu cartilhas sobre direitos civis, levou uma engenheira agrônoma que ensinou os moradores a cultivar hortas comunitárias, ajudou a construir cinco bibliotecas e abriu um colégio, batizado de Imagine: Uma Escola. Os professores são da prefeitura de Portel, mas a escola tem alojamento para receber professores de fora que estejam interessados em vivenciar essa experiência.

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Em 2011, o Luti fundou a sua ONG, a Lute Sem Fronteiras. A ideia de criar a Lute Sem Fronteiras enquanto ONG surgiu da percepção de que institucionalizar e socializar os projetos facilitaria o processo, alcançaria mais pessoas e potencializaria as oportunidades e os resultados.

Alguns projetos:

1. Saúde, Alimentação e Moradia: Projeto SóRiso Marajoara (de saúde bucal); Projeto de Hortas Comunitárias; Manejo de açaí, cacau e cupuaçu etc.

2. Educação e Cidadania: Imagine uma escola; Lute pelos Direitos (Cartilhas de direitos básicos); Sonho de Papel (bibliotecas)

3. Empreendedorismo Local: Fundo comunitário de microcrédito (Miguelito); Manejo de açaí, cacau e cupuaçu; projeto Que Saco! (recriando o lixo).

No início, Luti sempre ouvia das pessoas que ele deveria esperar até ter seu emprego e sua família para aí então pensar em fazer alguma coisa. Mas ele, desde o início, transformou o que era  sua maior dificuldade – sua pouca idade – em sua maior motivação para ir adiante.

Luti diz não ser capaz de listar dificuldades para manter sua ONG. Não que as dificuldades para realizar seus projetos não existam, mas ele já se habituou a transformar suas dificuldades em motivação e impulsão.

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O Luti falando do seu projeto:

– O que esse projeto significa para você?

“To há 20 minutos tentando escrever alguma coisa e sendo invadido por um monte de lembranças e ideias – mas não dá pra dizer assim. Significa quase uma vida inteira. Na verdade, significam tantas vidas pra mim. Significa o Luti, o Luan, a Alessandra, o Juan, a Yasmin, o Andrey, a Valma, o Ramon, a Letycia, o Anderson…”

– Onde pretende chegar com esse projeto?

“Não pretendo chegar em lugar nenhum. Não pretendo chegar. Pretendo continuar caminhando, sempre. Acho que os aprendizados e as mudanças possíveis no Marajó são infinitos e se eu dissesse que quisesse chegar “lá” (seja qual for esse lá), eu estaria criando um destino final pra uma caminhada constante e sem fim…”

E ele já tem alguns projetos futuros. Em 2014, a comunidade começará a receber professores intercambistas, em 2015, pretendem construir e inaugurar um posto de saúde em Marajó e acredita que em 2016 já estarão em outros municípios. Mas ele diz não gostar muito de fazer planos, pois a realidade muda mais rápida e facilmente do que eles. 

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[Imagem retirada do site O Globo]

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